terça-feira, 23 de agosto de 2016

EPIPACTIS PHYLLANTHES

Epipactis phyllanthes G.E. Smith é uma planta com rizoma cilíndrico, raízes carnudas, robustas e numerosas. 1 - 2 (5) caules robustos, geralmente, de cor verde-amarelada, com (8) 20 - 45 (65) cm de altura, de glabros a, às vezes, pubescentes na parte superior.
3 - 7 folhas, patentes-erectas, bordeadas irregularmente por dentículos, suborbiculares-ovadas, mucronadas, com 3,5 - 7,5 cm de comprimento por 1,5 - 3,5 cm de largura, situadas na parte alta do caule, com os bordos ondulados. Bráctea da flor basal muito maior que ela. Inflorescência de densa a laxa, subunilateral, até 15 cm de comprimento, com 5 - 35 flores pendentes, frequentemente cleistogâmicas, fechadas ou mais ou menos abertas e campanuladas, pendentes.
Sépalas carenadas, de um verde-amarelado que pode chegar a verde-esbranquiçado em ambos os lados, da mesma cor que o ovário; sépalas laterais com 6 - 8 mm de comprimento por 2,5 - 4,5 mm de largura, oval-lanceoadas, de agudas a subagudas; sépala central quase igual, mais ou menos o mesmo com as pétalas.
Pétalas com com 6 - 8 mm de comprimento por 2,5 - 4,5 mm de largura, oval-lanceoladas, agudas, carenadas, glabras, de cor igual à das sépalas, no entanto um pouco mais claras na sua parte interna, céreas, raramente com tons debilmente púrpuros.
Labelo com 6 - 9 mm de comprimento, por 3 - 4 mm de largura, petalóide, menor que as outras peças do perianto;  hipoquilo com 3 - 4 mm de comprimento, mais ou menos cupuliforme, pouco nectarífero, de esbranquiçado, sobretudo nas margens, a esverdeado na sua parte externa, verde na parte interna; epiquilo com 3,3 - 5 mm de comprimento por 3 - 3,5 mm de largura, quase plano ou ligeiramente convexo, de triangular a cordiforme, mais comprido que largo, às vezes com o ápice reflexo, terminando numa breve ponta, glabro, de branco a esverdeado, com a margem inteira, largo na sua união com o hipoquilo, base com 2 calosidades esbranquiçadas ou ligeiramente rosadas, pouco verrugosas, lisas ou muito levemente ornamentadas, separadas por um sulco largo ou às vezes com uma terceira calosidade central. Ginostémio com a antera triangular-arredondada, larga em relação ao estigma; rostelo ausente ou atrofiado. Ovário com 4 - 9 mm de comprimento, oblongo, nitidamente verde. Espécie de plena luz (raramente), a sombra: bosques caducifólios, dunas fixas e pinhais dunares. Em solos de secos a húmidos, básicos.
Ocorre em Trás-os-Montes e Alto Douro.

Imagens registadas a 02/07/2016 em Vinhais, com excepção das imagens 2, 5 e 6 que foram registadas em Fresulfe, Vinhais. A última imagem, planta praticamente sem clorofila, que foi registada a 06/06/2015 em Fresulfe, Vinhais, Trás-os-Montes e Alto Douro.

2 comentários:

Carlos Aguiar disse...

Como se distingue do E. fageticola? Creio que confundi as duas espécies na Serra de Nogueira. Obrigado.

Joaquim Pessoa disse...

A E. phyllanthes apresenta o caule e as folhas com a mesma cor. Na E. fageticola as folhas são mais escuras que o caule.
Na E. phyllanthes o rostelo praticamente não existe ou é bastante atrofiado.
A E. fageticola ocorre em solos encharcados, como no Souto do Concelho (Manteigas) ou na Mata da Margaraça, por vezes mesmo dentro das linhas de água.