sábado, 29 de novembro de 2008

CICLO DE VIDA DE UMA ORQUÍDEA

As orquídeas possuem um grande número de sementes muito pequenas, na ordem de 1/2 mm de comprimento, dentro das cápsulas após a frutificação (1). Logo após o amadurecimento, as cápsulas abrem e o vento dispersa facilmente as sementes, bastante leves, podendo percorrer, por vezes, distâncias consideráveis (2). No entanto, a grande maioria cai nas proximidades da planta mãe. Ao observarmos as sementes com uma forte lupa (3), verificamos que são rudimentares, com um embrião central pouco diferenciado, envolvido por uma fina membrana, composta por uma rede de células protectoras, formadas a partir do tegumento externo do óvulo. As sementes caem no solo (4), mas não podem germinar espontaneamente, necessitam da intervenção de um fungo, cujas micorrizas, existentes no solo, invadem a semente. Trata-se de uma simbiose, em que o fungo fornece à orquídea substâncias necessárias ao seu crescimento (incluindo sais minerais), em contrapartida a semente de orquídea contém substâncias que estimulam o crescimento dos fungos (vitaminas). Em condições onde tudo decorra com normalidade (a simbiose é uma associação íntima entre organismos, com a qual todos beneficiam de algum modo),a semente germina (5), dando origem a uma plântula (6). A orquídea pode tornar-se autónoma e livrar-se da micorriza, contudo, algumas espécies, mantêm esta associação durante toda a vida (7). É necessário alguns anos para que a plântula origine uma orquídea adulta, provida de folhas e raízes, capaz de florir (8). O ciclo anual pode repetir-se ao longo da vida da orquídea. A planta floresce (9), geralmente necessita da visita de insectos (10) que asseguram a sua polinização. Se esta polinização tiver êxito, a flor transforma-se em cápsula contendo as sementes (11). Entretanto, durante o crescimento anual, nas espécies de orquídeas providas de tubérculos, o tubérculo daquele ano começa a diminuir de tamanho. Simultaneamente, um outro tubérculo desenvolve-se, armazenando substâncias nutritivas necessárias à planta no ano seguinte, elaboradas através da fotossíntese. É na forma deste novo tubérculo que a orquídea passa o inverno (B). No fim do inverno, início da primavera, aparecem novas folhas (C), a planta cresce (D), florescendo novamente na primavera ou no verão (9), e o ciclo recomeça.

Adaptado do Atlas des Orchidées de Lesse et Lomme, de Daniel Tyteca.