sábado, 26 de abril de 2008

DACTYLORHIZA INSULARIS

A Dactylorhiza insularis (Sommier & Martelli) Landwehr possui 2 tubérculos, com 14 - 27 mm de comprimento por 9 - 17 mm de largura, cilíndrico-oblongos, subinteiros e dentados no ápice. Caule erecto, com 20 - 50 cm de altura, folhoso, verde. 5 - 9 folhas suberectas, com (4,3) 5 - 13 (16) cm de comprimento por 1 (1,2) - 1,7 (2) cm de largura, de um verde claro, não manchadas, as inferiores oblanceolado-obovadas a estreitamente oblanceoladas, geralmente em falsa roseta, as superiores lanceolado-lineares, bracteiformes. Brácteas inferiores linear-lanceoladas, verdes, mais compridas que as respectivas flores. Inflorescência subcilíndrica, um tanto frouxa, com 8 - 14 (18) flores amarelas. Sépalas externas laterais com 7 - 10 mm de comprimento por 3,5 - 5 mm de largura, assimétricas, oblongas, de um amarelo pálido; a sépala dorsal com 6 - 9 mm de comprimento por 2,2 - 4,6 mm de largura, subigual, de um amarelo pálido, formando uma gálea com as internas. Pétalas laterais com (5,5) 6 - 6,9 (9) mm de comprimento por (2,6) 3,3 - 4,2 (5) mm de largura, assimétricas, mais ou menos oblongas, de um amarelo pálido. Labelo com (5,2) 7 - 8,1 (9,3) mm de comprimento por (5) 10 - 11,8 (12) mm de largura, mais ou menos igual ou um pouco mais curto que o esporão, de contorno arredondado ou reniforme, trilobado (lobos laterais mais curtos que o central), unicolor, de um amarelo pálido, geralmente com 2 - 4 (8) máculas vermelhas na sua base, punctiformes ou em forma de linha, desenhando linhas mais ou menos paralelas. Esporão cilíndrico, com (7) 7,3 - 8,6 (10) mm de comprimento por (1,7) 1,9 - 2,5 (2,9) mm de largura, distintamente mais curto que o ovário, recto a ligeiramente arqueado, forma com o labelo um ângulo de 130º a 180º, de um amarelo pálido. Ovário com (10,5) 12 - 13,5 (14,5) mm de comprimento por (1,6) 1,7 - 2 (2,6) mm de largura.
Espécie de plena luz a meia sombra, em solos básicos ou ácidos: carvalhais semi-caducifólios, castinçais.
Ocorre em Trás-os-Montes e Alto Douro e na Estremadura. É muita rara e necessita urgentemente de ser protegida.
Imagens registadas na Serra de Montejunto, Cadaval, Estremadura, a 25/04/08.

terça-feira, 22 de abril de 2008

TESTÍCULO-DE-CÃO

A Orchis champagneuxii Barnéoud é uma planta delgada, 10 - 25 (40) cm de altura, geralmente com 3 tubérculos, sendo 1 séssil e 2 longamente pediculados. 5 - 9 folhas basais suberectas, não pintalgadas, lanceoladas, com 3 - 8 cm de comprimento por 0,7 - 1,5 cm de largura. 2 - 3 folhas caulinares, mais pequenas, amplexicaules. Brácteas membranáceas, violáceas, um pouco menos compridas que o ovário. Inflorescência frouxa, pauciflora. Gálea ovóide, fechada, de violeta a púrpura, raramente rosa, com nervuras verde-violáceo. Sépalas ovais, com 6,5 - 10 mm de comprimento por 3 - 5 mm de largura. Pétalas com 4,5 - 6,5 mm de comprimento. Labelo trilobado, mais largo que comprido, com 6 - 8,5 mm de comprimento por 11 - 14 mm de largura, conduplicado longitudinalmente, com a parte central clara mas não pintalgada, por vezes com manchas ténues. Lobos laterais da mesma cor que a gálea, arredondados, às vezes denticulados. O lobo médio quase tão largo como os laterais. Esporão grosso, 10 - 15 mm de comprimento, 1,5 - 2 vezes mais comprido que o labelo, distintamente espatulado e por vezes emarginado, ascendente, subvertical, cilíndrico, de recto a um pouco arqueado, com o ápice dilatado e frequentemente bilobado.
Planta de sítios soalheiros a um pouco sombrios, em solos de alcalinos a ácidos, de secos a frescos: descampados, matagais altos e bosques claros.
Ocorre em Trás-os-Montes e Alto Douro, Beira Alta, Beira Litoral, Estremadura, Ribatejo, Alto Alentejo, Baixo Alentejo e Algarve.
Imagens registadas na Serra do Rabaçal, Soure, Beira Litoral, a 16/04/08.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

OPHRYS TENTHREDINIFERA #2

A Ophrys tenthredinifera Willdenow var. ficalhoana Guimarães é de floração mais tardia que a O. tenthredinifera var. praecox. Possui flores grandes e muito coloridas. O labelo é quase quadrangular, mais largo que comprido, até 23 mm de largura.
Planta de sítios soalheiros a ensombrados, em solos alcalinos a levemente ácidos, de secos a frescos: clareiras de matagais e de bosques.
Ocorre na Beira Litoral, Estremadura, Ribatejo, Alto Alentejo, Baixo Alentejo e Algarve.
Imagens registadas na Serra de São Francisco, Palmela, Estremadura, em 27/03/08.

terça-feira, 8 de abril de 2008

UM PEDAÇO DE SICÓ

Zona da Lagarteira, Ansião, Beira Litoral, 29 de Março de 2008.


Orchis italica

Aceras anthropophorum

Ophrys lutea

Ophrys tenthredinifera var. praecox


Venda do Negro, Ansião, Beira Litoral, 6 de Abril de 2008.

Cephalanthera longifolia

Dactylorhiza sulphurea


Neotinea maculata


Orchis mascula


Ophrys scolopax


Orchis italica


Imagens registadas por António Fael.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

UMA RARIDADE-ARANHA

A Ophrys incubacea Bianca possui 2 (3) tubérculos, subglobosos, um séssil e outro terminando num pequeno pedículo. Tem (15) 20 - 45 (60) cm de altura e caule erecto. Folhas basais com 5,5 - 11,5 cm de comprimento por 1,8 - 4,5 cm de largura, ovado-lanceoladas, obtusas, geralmente apiculadas. Brácteas inferiores com 15 - 45 mm de comprimento por 3 - 48 mm de largura, um pouco mais largas que o ovário, oblongo-lanceoladas, verde-claras. Inflorescência com 3 - 8 flores. Sépalas esverdeadas, um pouco esbranquiçadas, raramente rosas, patentes, ovado-lanceoladas, glabras, com 10 - 15,5 mm de comprimento por 4 - 7,5 mm de largura. Pétalas triangulares, subglabras, acastanhadas, mais escuras que as sépalas, com (5) 6 - 9,5 mm de comprimento por (1,5) 2,5 - (2,7) 5 mm de largura, bordos mais ou menos fortemente ondulados, por vezes tingidos de vermelho. Labelo com 9 - 14 mm de comprimento por (6) 10 - (12) 15 mm de largura, descaído, obovado, mais ou menos plano, inteiro ou obscuramente trilobado, sem apículo no ápice, viloso na parte média e aveludado nas margens, castanho-anegrado; saliências triangulares, nítidas, até 4 mm de altura, glabras por dentro; mácula violácea-azulada, brilhante, mais ou menos em forma de H. Ginostémio com apículo de 0,5 - 0,7 mm de comprimento, recto e agudo. Ovário cilíndrico, pouco retorcido; campo basal e cavidade estigmática da mesma cor que o centro do labelo, contrastando com a brancura dos bordos; cavidade estigmática muito estrangulada na base, paredes externas brancas.
Planta de sítios soalheiros ou de meia sombra, em solos básicos, de secos a frescos: bosques claros, prados, matagais altos.
Ocorre na Estremadura, Alto Alentejo e Baixo Alentejo.

Imagens registadas na Serra de São Francisco, Palmela, Estremadura, em 27/03/08.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

ORCHIS CONICA

A Orchis conica Willdenow é uma planta com 2 tubérculos, de 8,8 - 36 mm de comprimento por 6,5 - 21,6 mm de largura, ovóides, subsésseis. Caule erecto, com 5 - 30 cm de altura, liso, glabro, com escamas basais invaginantes, escariosas. 3 - 8 folhas basais, com (2) 3 - (7) 10 cm de comprimento por (0,9) 1,5 - 2,5 (3,2) cm de largura, oblongo-lanceoladas a ovado-lanceoladas, de erectas a patentes em roseta, não maculadas, glabras, glaucas. (0) 1 - (2) 3 folhas caulinares, bracteiformes, progressivamente menores para o ápice. Brácteas esbranquiçadas, uninérveas, tão compridas a um pouco mais curtas que o ovário da flor adjacente. Inflorescência ovóide, compacta, com flores pequenas, numerosas, rosadas a esbranquiçadas. Gálea subglobosa e ponteaguda, por vezes um tanto campanulada, base verde, com nervuras verdes por fora, verde-púrpura por dentro. Sépalas com (5,9) 6 - 9 (12,3) mm de comprimento por 1,5 - 3,5 (4,6) mm de largura, ovado-lanceoladas, sendo as laterais assimétricas e longamente acuminadas, com 2 - 3 nervuras e a central com 1 nervura, ápices retorcidos em todas as direcções. Pétalas linear-lanceoladas, com 3 - 5 (8,1) mm de comprimento por 0,6 - 2,3 mm de largura, às vezes espatuladas, glabras, com 1 nervura, esbranquiçadas. Labelo com (4,2) 5,5 - 7,2 (9,7) mm de comprimento por 4,5 - 11,5 mm de largura, profundamente trilobado, patente a pendente, esbranquiçado, desde quase concolor a ligeiramente pintalgado de rosa-vivo; os lobos laterais, com 1,7 - 4,9 mm de comprimento por 0,6 - 3,6 mm de largura, oblongos a lineares, espatulados e denticulados no ápice; lobo médio muito mais largo, com 2,5 - 6,2 mm de comprimento por 1,7 - 6,2 mm de largura, mais ou menos triangular, espatulado, inteiro e só dentado no ápice, raramente emarginado ou denticulado ou dividido em 2 pequenos lobos secundários com 0,5 - 1,7 mm de comprimento por 0,8 - 2,8 mm de largura. Esporão com (3) 4,8 - (5) 9,3 mm de comprimento por 0,7 - 2,7 mm de largura, cilíndrico, claro e recurvado.
Planta de sítios soalheiros a sombrios, em solos frequentemente pobres e quase sempre calcários, de preferência secos: descampados, clareiras de matos e matas, prados.
Ocorre na Beira Alta, Beira Litoral, Beira Baixa, Estremadura, Ribatejo, Alto Alentejo, Baixo Alentejo e Algarve.
Imagens registadas em Chanca, Penela, Beira Litoral, a 21/03/08.