domingo, 31 de maio de 2009

SERAPIAS PEREZ-CHISCANOI

A Serapias perez-chiscanoi C. Acedo é uma planta com 1 – 2 tubérculos, o mais jovem com pedúnculo. O caule é verde-claro, com (15) 20 – 40 cm de altura. 3 – 8 folhas, com 10 – 14 cm de comprimento por 0,8 – 2 cm de largura, linear-lanceoladas, as 1 – 3 distais bracteiformes. Brácteas com 3 – 5 cm de comprimento por 0,9 – 1,1 cm de largura, geralmente mais curtas que a gálea, de lanceoladas a ovado-lanceoladas, verde-claras ou verde-purpúreas, com nervuras e às vezes finamente pontilhadas de purpúrea. Inflorescência curta e densa, com 3 – 13 flores bastante grandes. Sépalas verde-claras, às vezes tingidas de rosa, com nervuras verde-escuras ou purpúreas, com (17) 21 – 25 mm de comprimento por 5 – 7 mm de largura. Pétalas com 18 – 25 mm de comprimento por 5 – 6 mm de largura, orbiculares na base e que se estreitam bruscamente para o ápice, de verde-claro a verde-rosado. Labelo com 1,8 – 2,9 cm de comprimento, de cor esverdeada, com duas calosidades ligeiramente divergentes, com 2 – 2,6 mm de comprimento, de cor verde-pálida, brilhantes, às vezes rosadas. Hipoquilo com (5) 7 – 10 (11) mm de comprimento por 12 – 19 mm de largura, verde-claro, com abundante pilosidade à frente das calosidades e entre os lobos laterais, às vezes rosado-purpúreos, escondidos dentro da gálea. Epiquilo lanceolado, com (13) 17 – 22 mm de comprimento por (6) 9 – 14 mm de largura, curvado para trás, verde-claro, com nervuras verdes ou purpúreas, com pilosidade, de esbranquiçada a rosada, no centro. Ginostémio com 11 – 14 mm de comprimento. Polinídias amarelas.
Espécie de sítios soalheiros ou de meia-sombra, em solos húmidos.
Ocorre na Beira Litoral, Ribatejo, Alto Alentejo e Baixo Alentejo.
Imagens registadas em Ereiras, Pombal, Beira Litoral, a 01/05/09.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

ERVA-ABELHA-PEQUENA-DOS-CALCÁRIOS

A Ophrys speculum Link (= Ophrys ciliata Bivona-Bernardi) é uma planta com 2 (3) tubérculos subglobosos, sésseis ou subsésseis. O caule é erecto, com 5 – 25 cm de altura, frequentemente atarracado. Folhas verde-escuras, as basais oblongas e subobtusas, com 3 – 8 cm de comprimento por 1,5 – 3 (4,5) cm de largura. Brácteas oblongas ou lanceoladas, verde-claras. Inflorescência com 2 – 8 flores relativamente grandes. Sépalas com 7 – 10 mm de comprimento por 3 – 5 mm de largura, ovado-oblongas, côncavas, verdes, apresentando frequentemente na face interna uma franja purpúrea ou castanha, as laterais patentes e a central curvada sobre o ginostémio. Pétalas arqueadas para trás, purpúreas, vilosas, lanceoladas, com 4 – 6 mm de comprimento por 1,2 – 2 mm de largura. Labelo com 10 – 15 (16) mm de comprimento por 7 – 15 mm de largura, subpatente, trilobado, com espéculo azul-vivo ou violáceo, brilhante, mais ou menos largo, com margem amarela larga e indumento viloso marginal castanho-avermelhado, seguida de uma margem glabra, com 0,5 – 1,5 mm de largura. Lobo médio orbicular-triangular, com 7 – 12 mm de largura, convexo. Lóbulos laterais inflexos, com 2 – 3,2 mm de largura, 0,8 – 1,8 vezes mais compridos que largos, lanceolados a ovados, purpúreo-escuros, por vezes com uma pequena mancha especular. Campo basal escuro, brilhante, de oval a elíptico, com calosidades que suportam pseudo-olhos negros e brilhantes. Ginostémio muito curto, com 4 – 6,5 mm de comprimento, obtuso e não apiculado.
Espécie de sítios soalheiros ou de meia-sombra, em solos predominantemente calcários.
Ocorre na Beira Litoral, Beira Alta, Ribatejo, Estremadura, Alto Alentejo, Baixo Alentejo e Algarve.
Primeira imagem registada em Fonte Coberta, Condeixa-a-Nova, Beira Litoral, a 03/05/09. Restantes imagens registadas na Serra de São Luís, Setúbal, Estremadura, a 28/03/08.

terça-feira, 26 de maio de 2009

SERAPIAS STRICTIFLORA

A Serapias strictiflora Welwitsch ex Veiga é uma planta com 1 – 3 tubérculos, os mais jovens pediculados. O caule é verde, com 10 – 35 (45) cm de altura. (3) 5 – 7 folhas linear-lanceoladas, erectas, com 4 – 14 cm de comprimento por 0,5 – 0,8 cm de largura, as caulinares arqueadas, erectas, alcançando, por vezes, a base da inflorescência, as 1 – 2 distais bracteiformes. Brácteas com 15 – 35 mm de comprimento por 4 – 11 mm de largura, ovado-lanceoladas, um pouco mais purpúreas que a gálea, não a ultrapassando e com as nervuras mais escuras. Inflorescência frouxa, com 1 – 4 (5) flores, gálea mais ou menos horizontal, acuminada, de um pálido lilás-acinzentado, de púrpura deslavado, nervuras de um escuro purpúreo-violáceo por fora e de um purpúreo-anegrado por dentro. Sépalas com 16 – 25 mm de comprimento por 2,5 – 5,5 mm de largura, ovado-lanceoladas, coalescentes, de um púrpura intenso, com as nervuras mais escuras. Pétalas com 11 – 17 mm de comprimento por 2 – 4 mm de largura, com a base oval, subuladas, purpúreas. Labelo com 16 – 30 mm de comprimento, de vermelho escuro a purpúrea-anegrado escuro, com pilosidade clara, densa e comprida até ao centro do epiquilo, com uma calosisade purpúrea-anegrada na base, brilhante, emarginada, nitidamente canaliculada. Hipoquilo com (4) 8 – 9 (14) mm de comprimento por (7,5) 11 – 14 mm de largura, de rectangular com as margens arredondadas a subreniforme, lobos laterais quase totalmente escondidos dentro da gálea. Epiquilo com 9 - 16 (19) mm de comprimento por 2,5 – 4,5 (6) mm de largura, geralmente triangular, muito mais estreito que o hipoquilo, patente ou arqueado para trás, pendente, raramente curvado para baixo do hipoquilo. Ginostémio com 10 – 16 mm de comprimento.
Espécie em sítios soalheiros ou de meia-sombra, secos a húmidos, em solos calcários a ácidos: descampados, matagais, bosques claros.
Ocorre na Beira Litoral, Beira Alta, Ribatejo, Estremadura, Alto Alentejo, Baixo Alentejo e Algarve.

Imagens registadas em Barão de São João, Lagos, Algarve, a 10/04/09.

domingo, 24 de maio de 2009

ERVA-BORBOLETA

A Orchis papilionacea L. var. grandiflora Boissier (actualmente Anacamptis papilionacea L. subsp. grandiflora (Boissier) E. Nelson vel Baumann) é uma planta com 2 tubérculos, com 16 – 34 mm de comprimento por 9,5 – 24 mm de largura, elipsóides a subglobosos, subsésseis, às vezes com um pedúnculo com 11 mm de comprimento. O caule é erecto, com (11) 15 – 40 (55) cm de altura, liso e glabro. 3 – 9 (10) folhas basais, com 3 – 14 (18) cm de comprimento por 0,5 – 2 cm de largura, lanceoladas a linear-lanceoladas, patentes a suberectas; 2 – 5 folhas caulinares mais pequenas e invaginantes, as 1 - 2 distais bracteiformes, às vezes tingidas de vermelho. Brácteas inferiores membranáceas, lanceoladas, multinérveas, rosadas, igualando ou excedendo o ovário. Inflorescência subglobosa a mais ou menos cilíndrica, densa, com 4 – 15 (22) flores purpúreas a rosadas. Sépalas laterais purpúreas, com 16 – 23 mm de comprimento por 4 – 7,5 mm de largura, lanceolado-lineares, assimétricas, suberectas ou por vezes um tanto abertas, com 3 – 5 nervuras; sépala dorsal purpúrea, com 10,2 – 19,2 mm de comprimento por 2,7 – 6,3 mm de largura, lanceolada, obtusa, com 3 nervuras. Pétalas um pouco mais estreitas, com 10 – 17,2 mm de comprimento por 2 – 4,6 mm de largura, lanceoladas, obtusas, glabras, com 3 - 4 nervuras, purpúreas. Sépalas e pétalas mais ou menos aproximadas, formando uma gálea frouxa. Labelo com 15 – 26 mm de comprimento por 16 – 29 (32) mm de largura, inteiro e crenulado, suborbicular a flabeliforme, mais ou menos plano ou ligeiramente côncavo, em geral com as nervuras (linhas, traços e pontos) acentuadamente coradas de púrpura. Esporão com 8 – 14 mm de comprimento por 1,4 – 2,5 mm de largura, subcónico, parecendo delgado, primeiro horizontal e depois arqueado para baixo. Ginostémio com 3 - 5 mm de comprimento, recto.
Espécie de arrelvados e clareiras de matos xerofílicos, geralmente em solo calcário.
Ocorre na Beira Litoral, Ribatejo, Estremadura, Alto Alentejo e Baixo Alentejo.

Imagens registadas em Outeiro, Ansião, Beira Litoral, a 03/05/09.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

LIMODORUM ABORTIVUM

A Limodorum abortivum (L.) Swartz é uma planta saprófita violácea com rizoma curto, raízes grossas, fasciculadas. O caule é robusto, erecto e rígido, com (20) 35 – 80 (85) cm de altura, revestido por bainhas escamiformes numerosas invaginantes. 3 – 9 folhas com 2,3 – 9,3 cm de longitude, de inteiras a tetralobuladas, glabras; frequentemente, 1 -3 não invaginantes, com 1 – 6,5 cm de comprimento por 0,4 – 0,7 cm de largura, mais ou menos lanceoladas, na arte superior do caule. Brácteas lanceoladas, menores que as flores, com (2,9) 3,4 – 5,4 (6,2) cm de comprimento por (0,55) 0,75 – 1,35 cm de largura, amplexicaules, geralmente mais compridas que o ovário. Inflorescência frouxa, com (4) 10 – 33 cm de comprimento, possuindo (3) 4 – 25 (28) flores erectas, fechadas muitas vezes. Sépalas violáceas, oblongo-lanceoladas, agudas, com 16 – 25 mm de comprimento por 4 – 11 mm de largura, com pêlos glandulíferos curtos e disperses no seu interior; sépalas laterais patentes; sépala dorsal curvada sobre o ginostémio. Pétalas lanceoladas, acuminadas, mais pequenas que as sépalas, com 20 – 37 mm de comprimento por 14 – 19 mm de largura, violáceas. Labelo articulado, com 14 – 22 mm de comprimento; hipoquilo um pouco côncavo, com 3 – 7 mm de comprimento por 2 – 2,25 mm de largura, no interior mais claro, amarelado e com nervuras violáceas; epiquilo com 7 – 15 mm de comprimento por 6 – 12 mm de largura, de ovado a cordiforme, obtuso, canaliculado, crenado, violáceo, branco no interior e com nervuras violáceas. Esporão com 10 – 16 (26) mm de comprimento, cilindro-atenuado, recto ou curvado. Ginostémio com 12 – 14 mm de comprimento, mais ou menos cilíndrico, com 2 estaminódios laterais.
Espécie sobretudo de meia-sombra, sob coberto de matas e matos xerofílicos, também em sítios de solos salgadiços.
Ocorre no Douro Litoral, Trás-os-Montes e Alto Douro, Beira Litoral, Ribatejo, Estremadura, Alto Alentejo e Algarve.

Imagens registadas na Praia do Pedrógão, Leiria, Beira Litoral, a 21/04/09.

terça-feira, 12 de maio de 2009

ERVAS-VESPA

A Ophrys lutea Cavanilles é uma planta com 2 (3) tubérculos subglobosos, sésseis ou subsésseis. O caule é erecto, com (6) 10 – 30 (50) cm de altura. Folhas basais ovadas, agudas, com 5,5 – 10 cm de comprimento por 2,5 – 4,5 cm de largura. As bcteas excedem as flores, com 12 – 45 mm de comprimento por 4 – 7 mm de largura, oblongo-lanceoladas, verde-claras, mais compridas que o ovário. Inflorescência com (1) 3 – 6 (12) flores, laxa. Sépalas ovadas, côncavas, verde-amareladas; as laterais com 7 – 14 mm de comprimento por 5 – 7 mm de largura; a central com 11 – 17 mm de comprimento por 6 – 7,5 mm de largura, curvada sobre o ginostémio. As pétalas laterais com (4) 6 – 8 (9) mm de comprimento por 2 – 3 mm de largura, glabras, oblongas, amareladas a esverdeadas, com os bordos rectos a ligeiramente ondulados. Labelo trilobado, com (9) 12 – 18 mm de comprimento por 10 – 19 mm de largura, subpatente nos 3/4 distais, ligeiramente convexo; com margem larga, amarela e glabra, de 3 – 6 mm de largura; centro de castanho-alaranjado a castanho-escuro; na base é bruscamente geniculado e contraído, formando 2 corcovas arredondadas, separadas por uma garganta profunda em V com pubescência, de esbranquiçada a amarelada. Lobos laterais com 3,5 – 5 mm de comprimento por 2 – 3 mm de largura, ovado-trapezoidais, frequentemente atingindo o cimo do labelo. Lobo médio com 5 – 9 mm de comprimento por 6 – 10 mm de largura, reniforme a subflabeliforme, geralmente emarginado; sem apículo; mácula bilobada, finamente aveludada, cinzento-azulada-brilhante, por vezes marmoreada de tom esbranquiçado ou amarelado. Ginostémio curto, com 6 – 8 (10) mm de comprimento, obtuso, verde ou verde-amarelado no dorso, amarelo nos lados, sem apículo. Cavidade estigmática mais comprida que larga, amarela ou de um verde-amarelada.
Espécie de sítios soalheiros ou de meia-sombra, em solos calcários ou margosos: descampados, clareiras de matagais e de bosques.
Ocorre na Beira Litoral, Beira Alta, Ribatejo, Estremadura, Alto Alentejo, Baixo Alentejo e Algarve.


A Ophrys quarteirae Kreutz, M.R. Lowe & Wucherpfennig é uma planta alta, de flores pequenas, menores que as da O. lutea. O labelo tem 11,18 – 11,57 mm de comprimento, um pouco mais convexo e não é geniculado na base.
Ocorre no Algarve, estando a sua distribuição limitada à Ribeira de Quarteira. A sua floração é cerca de duas a três semanas depois da O. lutea quando coexistem.

Primeira imagem registada em Degracias, Soure, Beira Litoral, a 17/04/09. Segunda, terceira e quarta imagens registadas no Monte de Vez, Penela, Beira Litoral, a 01/05/09. Quinta, sexta, sétima e oitava imagens registadas em Messines de Cima, Silves, Algarve, a 09/04/09.

sábado, 9 de maio de 2009

FLOR-DOS-MACAQUINHOS-DEPENDURADOS

A Orchis italica Poiret possui 2 tubérculos ovóides, elipsóides ou oblongos, subsésseis (às vezes com pedúnculo até 24 mm), com 15 – 37 mm de comprimento por 7 – 30 mm de largura. É uma planta robusta, de caule erecto, verde, liso, glabro, com 20 – 50 (70) cm de altura. 5 – 10 folhas basais, com 4 – 12 (13) cm de comprimento por 1 – 2,8 (3) cm de largura, oblongo-lanceoladas, com as margens geralmente onduladas, concolores a pintalgadas de negro, dispostas em roseta; 1 – 4 folhas caulinares, mais pequenas e invaginantes. Brácteas membranáceas, esbranquiçadas, uninérveas, bastante mais curtas que o ovário, com (1) 2 – 5 (6,4) mm de comprimento por 0,6 – 2,6 mm de largura. Inflorescência com 3,2 – 9,6 cm de comprimento, ovóide, multiflora, densa, com 14 - 50 flores grandes, com a gálea e o labelo concolores, rosadas ou rosa-purpúreas, raramente brancas. Sépalas convergentes com as pétalas numa gálea ovóide, muito acuminada, às vezes laxa, outras campanulada, com nervuras rosa-violáceas escuras ou purpúreas por fora, maculada e com nervuras por dentro. Sépalas ovado-lanceoladas, com 8 – 15 (17) mm de comprimento por 3 – 5 mm de largura, sendo as laterais ligeiramente assimétricas, a central com 1 – 3 nervuras. Pétalas laterais com 4,9 – 7,2 mm de comprimento por 0,9 – 1,9 mm de largura, lanceoladas, com 1 nervura de um rosa claro. Labelo com (10) 12 – 20 (25) mm de comprimento por 7,1 – 22 mm de largura, profundamente trilobado, mais ou menos pendente, em geral acentuadamente variegado de púrpura e esbranquiçado ou amarelado na base; lobos laterais com 4,9 – 11,2 mm de comprimento por 0,6 – 1,7 mm de largura, estreitamente lanceolados e longamente acuminados, lobo central oblongo, com 8,7 – 16,8 mm de comprimento por 3 – 12,8 mm de largura, triangular, profundamente dividido em dois lóbulos lineares, com 4,3 – 12,5 mm de comprimento por 0,5 – 1,6 mm de largura, separados por um dente fino e comprido, com (3,3) 3,7 – 4,5 (5,4) mm de comprimento; lobos laterais e lóbulos pouco arqueados para cima, frequentemente planos, um pouco mais escuros que o centro do labelo. Esporão claro, com 4 – 8 mm de comprimento, cilíndrico, espesso, obtuso, um tanto recurvado, atingindo metade do comprimento do ovário glabro com 8,8 – 15,6 mm de comprimento. Ginostémio com 3 mm de comprimento, recto, rosado.
Espécie abundante, de plena luz a meia-sombra, que se encontra em descampados, clareiras de matos e matas, em solos frequentemente pobres e quase sempre calcários.
Ocorre na Beira Litoral, Beira Alta, Ribatejo, Estremadura, Alto Alentejo, Baixo Alentejo e Algarve.
Primeira imagem registada em Poço das Casas, Condeixa-a-Nova, Beira Litoral, a 19/04/06. Segunda e quarta imagens registadas em Várzea, Ansião, Beira Litoral, a 17/04/09. Terceira imagem registada no Monte Maria Pares, Condeixa-a-Nova, Beira Litoral, a 17/04/07. Quinta imagem registada em Casmilo, Condeixa-a-Nova, Beira Litoral, a 09/04/04.

terça-feira, 5 de maio de 2009

RAPAZINHOS

A Aceras anthropophorum (L.) W.T. Aiton (actualmente Orchis anthropophora (L.) Allioni) é uma planta com 2 tubérculos, de 12 – 36 mm de comprimento por 11 – 28 mm de largura, subglobosos a ovóides, inteiros. Caule com (8) 12 – 38 (50) cm de altura, erecto, com escamas basais acastanhadas e invaginantes. 5 – 10 (12) folhas, as inferioes com 5 – 15 cm de comprimento por 1 – 4 cm de largura, oblongas a lanceolado-oblongas, glaucescentes, com 12 – 38 nervuras longitudinais bem marcadas e numerosas nervuras transversais pouco nítidas, as distais mais estreitas e mais curtas, bracteiformes. Brácteas membranáceas, verdes, mais curtas que o ovário. Inflorescência com 4,8 – 20 cm de comprimento, possui 12 – 55 flores pequenas, amarelo-esverdeadas. Sépalas com 5 – 8 mm de comprimento por 2,5 – 5 mm de largura, ovado-lanceoladas, com 1 – 2 nervuras bem nítidas, verdes e com os bordos vermelhos, convergindo numa gálea. Pétalas com 4 – 4,5 mm de comprimento por 1 – 2 mm de largura, lanceoladas, verde-pálidas, escondidas na gálea. Labelo sem esporão, com (8) 10 – 12 (15) mm de comprimento, pendente, amarelado, concolor ou com margens castanho-avermelhadas, frequentemente os bordos são mais escuros; os lobos laterais são aproximadamente do comprimento da parte indivisa do lobo médio; lobo central mais comprido que os lobos laterais, dividido em dois lóbulos divergentes, às vezes com um dentículo entre ambos. Ginostémio curto.
Espécie que se encontra em sítios soalheiros a um pouco ensombrados: matos e arrelvados em solos predominantemente calcários.
Ocorre na Beira Litoral, Beira Baixa, Ribatejo, Estremadura e Algarve.
Primeira imagem registada em Vale do Jorge, Figueira da Foz, Beira Litoral, a 24/03/09. Segunda imagem registada em Mesura, Coimbra, Beira Litoral, a 10/03/09. Terceira imagem registada na Serra de Montejunto, Cadaval, Estremadura, a 06/04/09. Quarta imagem registada em Carvalhal da Azóia, Soure, Beira Litoral, a 28/04/09.