quinta-feira, 11 de outubro de 2007

UMA ESPIRAL EM FLOR

Torre, Montemor-o-Velho, Beira Litoral, 08/10/07.

Orquídea de floração outonal ou no fim do Verão, a Spiranthes spiralis (L.) Chevallier é uma planta grácil com 2-4 (6) tubérculos cilindro-cónicos ou fusiformes. Caule com 6,5-27 (35) cm, cilíndrico e liso, verde-acinzentado e pubescente-glanduloso, com 3-7 folhas escamiformes lanceoladas. Rosetas basais com 3-7 folhas ovado-elípticas, acuminadas, glabras, glaucas, com 2-3,5 cm de comprimento, geralmente secas na antese, aparecendo nesta altura rosetas do ano seguinte junto à base do caule florífero. Brácteas com 6-7 mm de comprimento, acuminadas, pubescentes por fora, mais compridas que o ovário. Inflorescência com 2,3-12 (15) cm, delgada, (6) 10-25 (30) pequenas flores branco-esverdeadas, sem pedúnculo, dispostas em espiral numa única hélice. Segmentos do perianto com 4-7 mm de comprimento, oblongos, brancos, os três superiores coniventes formando juntamente com o labelo um tubo campanulado estreito, os segmentos externos laterais patentes. Labelo oblongo, canaliculado, com 6-7 mm de comprimento por 3-4 mm de largura, verde-amarelado, com rebordo branco, glabro, sem esporão, com margens incurvadas e ápice ondulado-crenado.
Espécie de plena luz que se pode encontrar em arrelvados, charnecas, dunas e bordos de caminhos.
Ocorre na Beira Litoral, Estremadura, Ribatejo, Alto Alentejo, Algarve, Douro Litoral e Trás-
os-Montes e Alto Douro.
As partes subterrâneas eram utilizadas como afrodisíaco. A tintura obtida a partir da raiz utiliza-se em homeopatia, lesões cutâneas e para combater a dor de rins.

As três últimas imagens foram registadas em Alfarelos, Soure, Beira Litoral, a 07/10/06.