terça-feira, 28 de abril de 2009

OS OUTROS TESTÍCULOS-DE-CÃO

A Orchis morio L. (actualmente Anacamptis morio (L.) R.M. Bateman, Pridgeon & M.W. Chase) tem 2 tubérculos, com 9,6 – 28 mm de comprimento por 8,3 – 22,2 mm de largura, subsésseis. É uma planta normalmente robusta, de caule erecto e grosso, com 10 – 50 cm de altura, glabro, violáceo na parte superior, com escamas basais invaginantes, escariosas. (3) 5 – (9) 10 folhas basais, com 2,5 – 11 cm de comprimento por 0,5 – 2 cm de largura, estreita a largamente lanceoladas, patentes a suberectas; 2 – 4 folhas caulinares, mais pequenas, longamente invaginantes; brácteas violáceas, lanceoladas a ovado-lanceoladas, um pouco mais compridas que o ovário. Inflorescência curta, subcilíndrica, bastante densa, com (7) 10 – 15 (25) flores medianas, de cores variáveis, frequentemente violáceas, púrpureas ou lilacíneas, mas raramente rosadas, às vezes brancas. Gálea subglobosa, obtusa, com nervuras verdes nítidas. Sépalas laterais oval-oblongas, assimétricas, com 7,5 – 11 mm de comprimento por 3,5 – 6 mm de largura; sépala dorsal e pétalas subiguais, com 6 – 8,5 mm de comprimento. Labelo muito mais largo que comprido, com 6,5 – 10 mm de comprimento por 12 – 18 mm de largura, frequentemente reniforme, quase plano a convexo e mais ou menos conduplicado longitudinalmente, com a parte central clara e acentuadamente pintalgada de púrpura-violácea a rosa. Lobos laterais muito arredondados, com os bordos crenados ou ligeiramente crespos. Lobo médio mais comprido que os laterais, largo, emarginado. Esporão robusto, de mais curto a tão comprido como o labelo, com 9 – 14 mm de comprimento, aclavado, de recto a ascendente, de horizontal a vertical, truncado e bilobado no ápice.
É uma planta sobretudo de plena luz: bosques claros, orlas, prados.
Ocorre em Trás-os-Montes, Beira Litoral, Beira Alta, Ribatejo, Estremadura, Alto Alentejo, Baixo Alentejo e Algarve.

A Orchis picta Loiseleur (actualmente Anacamptis picta (Loisel.) R.M. Bateman) é como a A. morio, mas muito mais delgada, até 30 cm de altura. Possui, frequentemente, 2 tubérculos subsésseis, às vezes 3, subsésseis ou curtamente pediculados. As folhas são mais pequenas, com 2,5 – 8 cm de comprimento por 0,5 – 1,3 cm de largura. Inflorescência mais piramidal, frequentemente menos densa, com 5 – 15 flores de medianas a pequenas, mais coloridas, muitas vezes violáceas escuras e com uma coloração menos variada. Sépalas laterais com 6 – 8,5 mm de comprimento por 4,5 – 6 mm de largura. Pétalas com 4,5 – 6,5 mm de comprimento. Labelo com 4 – 6 mm de comprimento por 8 – 12 mm de largura, com o centro claro e acentuadamente pintalgado de púrpura-violáceo escuro. Lobo médio frequentemente mais curto que os laterais. Esporão delgado, com 8 – 11 mm de comprimento, um pouco mais comprido que o labelo, cilíndrico, mais ou menos arqueado para cima, um pouco dilatado no ápice.
É uma planta também de plena luz, frequentemente em solos mais alcalinos e mais secos.
Ocorre em Trás-os-Montes, Beira Litoral, Beira Alta, Ribatejo, Estremadura, Alto Alentejo e Baixo Alentejo.

As três primeiras imagens foram registadas em Barão de São João, Lagos, Algarve, a 10/04/09. As duas últimas imagens foram registadas em Ereiras, Pombal, Beira Litoral, a 24/04/09.
As quarta e quinta imagens foram registadas por Valter Jacinto, em Azinhal, Castro Marim, Algarve, a 07/04/07.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

DACTYLORHIZA SULPHUREA

A Dactylorhiza sulphurea (Link) Franco (= Dactylorhiza markusii (Tineo) H. Baumann & Künkele) possui 2 tubérculos, com 15 – 24 mm de comprimento por 8 – 17 mm de largura, oblongos, subinteiros ou lobados. O caule é erecto a um tanto sinuoso, com 15 – 40 cm de altura, verde. 4 - 7 folhas basais, verde-claras, não maculadas, com 10 – 18 cm de comprimento por 1 – 1,6 cm de largura, linear-oblanceoladas, dispostas em roseta frouxa; 2 – 5 folhas caulinares, mais pequenas, linear-lanceoladas, as superiores bracteiformes. Brácteas verdes, lanceoladas, as inferiores com 15 – 30 mm de comprimento, mais curtas a mais compridas que as respectivas flores. Inflorescência densa, de ovóide a cilíndrica, com 10 – 40 flores normalmente amarelo-pálidas. Sépalas laterais ovado-oblíquas, com 5,5 – 10 (11) mm de comprimento por 2,5 – 4 (6) mm de largura. Sépala dorsal subigual, conivente numa gálea com as pétalas mais pequenas. Labelo trilobado, com 7 – 10 mm de comprimento por (8) 10 – 14 mm de largura; lobos laterais arredondados, com os bordos frequentemente crenados, normalmente mais curtos que o médio; lobo médio emarginado, de um amarelo-pálido um pouco mais intenso que as restante peças florais, especialmente na base, não pintalgado. Esporão robusto, mas fino, cilíndrico, com (8,3) 9 – 13 (15) mm de comprimento por (0,95) 1,2 – 2 (2,3) mm de diâmetro, ascendente ou patente, mais curto ou tão comprido como o ovário, com o ápice arredondado, arqueado para cima.
Espécie que se encontra em sítios soalheiros a um pouco ensombrados, em soutos e carvalhais degradados, clareiras de matos e prados.
Ocorre no Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro, Beira Litoral, Beira Alta, Beira Baixa, Ribatejo e Alto Alentejo. A segunda imagem foi registada na Várzea, Ansião, Beira Litoral, a 08/05/07. Todas as outras foram registadas em Carvalhal, Ansião, Beira Litoral, a 17/04/09.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

ERVA-MOSCA

A Ophrys bombyliflora Link possui 2 – 3 (5) tubérculos subglobosos, um séssil e outro terminando num curto pedículo com 8 – 16 cm, que pode dar origem a novas plantas. É uma planta pequena com 5 – 20 (35) cm de altura, de caule erecto. Folhas basais com 3 – 6,5 (10) cm de comprimento por 1,5 – 2,3 (3) cm de largura, lanceoladas a oblongo-lanceoladas, agudas. Inflorescência com 1 – 6 flores pequenas, laxa; brácteas inferiores com 15 – 45 mm de comprimento por 4,5 – 7,5 mm de largura, subigualando as flores, de oblongas a oblongo-lanceoladas, vão de um verde-claro a um verde-amarelado. Sépalas côncavas, glabras, de um verde ou verde-amarelado; as laterais com 9 – 12 mm de comprimento por 6 – 8 mm de largura, ovadas, ovado-arredondadas ou ovado-oblongas, patentes; sépala central com 7 – 11 mm de comprimento por 5 – 7,5 mm de largura, ovada ou ovado-oblonga, curvada sobre o ginostémio. Pétalas laterais com 3 – 4,5 mm de comprimento por 1 – 2 mm de largura, ovadas ou ovado-triangulares, aveludadas, verde-amareladas, frequentemente curvadas para trás e com a base mais escura. Labelo trilobado, com 6 – 10 mm de comprimento por 5,5 – 12 mm de largura, ovado-orbicular, muito convexo a quase subgloboso, castanho, aveludado-pubescente; lobos laterais com 2 – 4 mm de comprimento por 2 – 3 mm de largura, oblongo-triangulares, vilosos na base; mácula pouco brilhante, não muito distinta, formando um escudo bilobado em redor da base do labelo, castanho-acinzentada, cinzenta ou cinzento-violácea. Ginostémio curto, com 2 – 3 mm de comprimento, obtuso, verde ou verde-amarelado no dorso e alaranjado nos lados, sem apículo. Ovário cilíndrico, pouco retorcido; superfície da cavidade estigmática de um verde-amarelado.
Espécie de sítios soalheiros ou de meia-sombra, tanto em solos alcalinos como ácidos: prados, matagais e bosques claros.
Ocorre na Beira Litoral, Beira Alta, Beira Baixa, Estremadura e Algarve.

As duas primeiras imagens foram registadas na Terrugem, Sintra, Estremadura, a 04/04/07. A terceira imagem, foi registada em Messines de Baixo, Silves, Algarve, a 09/04/09 e a última em Degracias, Soure, Beira Litoral, a 17/04/09.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

PASSEIO PEDESTRE NA MATA - ALVAIÁZERE

ORQUÍDEAS DE ANSIÃO - WORKSHOP

“ A Primavera amanheceu
radiosa. Aproveitamos
a
oportunidade para
o convidar a
deslumbrar-se
com as estonteantes formas,

cores e cheiros das Orquídeas
espontâneas de
Ansião.
Siga-nos nesta descoberta e
partilhe de um dia de
diversão e aprendizagem na
área
envolvente ao Rio Nabão.”

PROGRAMA PREVISTO
9:30 Recepção no Centro de Interpretação do Nabão.
10:00 Deslocação de autocarro para o local do passeio.
Observação e identificação de Orquídeas
Silvestres.
13:00 Piquenique livre.
Os participantes devem trazer uma refeição ligeira.

14:00 Observação e identificação de Orquídeas Silvestres.
15:00 Regresso ao Centro de Interpretação do Nabão.

15:30 Entrega de Certificados de Participação.
Encerramento.


INSCRIÇÕES / INFORMAÇÕES
http://www.fungos.net/site/
reservas@ecofungos.pt - Tel. 916 361 861

Centro de Interpretação Ambiental do Nabão
Olhos d’Água, 3140-136 Ansião - Tel. 236 670 203

segunda-feira, 13 de abril de 2009

ORQUÍDEA DO ALGARVE

A Ophrys algarvensis D. Tyteca, J. Benito Ayuso & M. Walravens é uma planta com 2 – 5 (6) flores e apresenta 30 – 40 cm de altura. Sépalas com 13,9 – 15,8 mm de comprimento. Pétalas laterais com 9,8 – 11,7 mm de comprimento, de esverdeadas a castanhas, muitas vezes avermelhadas. Labelo com 15,2 – 19,5 mm de comprimento por 11,8 – 15,3 mm de largura, de moderada convexidade, quase plano na base, castanho, com uma pilosidade pouco densa na base e densa no ápice que não chega à extremidade, devido à largura das margens glabras, de acastanhadas a amareladas; lobos laterais ligeiramente recurvados para trás; mácula de castanho-escura a vermelha, rodeada por uma faixa glabra de branco-avermelhada a azul-violácea, em forma de W.
A distribuição desta espécie ainda é pouco conhecida, contudo ocorre, pelo menos, na parte central do Algarve.
Imagens registadas no Monte Morgado, Loulé, Algarve, a 10/04/09.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

OPHRYS DYRIS

A Ophrys dyris Maire possui 2 (3) tubérculos subglobosos, sésseis ou subsésseis. É uma planta com 10 – 35 (50) cm de altura. Folhas basais de oblongas a oblongo-lanceoladas, obtusas e apiculadas. A inflorescência tem (1) 3 – 7 (9) flores. Sépalas laterais com 10 – 16 mm de comprimento por 6 – 8 mm de largura. Pétalas glabras, de verdes a castanhas com as margens castanho-avermelhadas, com 7,5 – 12 mm de comprimento por 2 – 3,5 mm de largura, oblongos, geralmente truncados. Labelo com 10 -19 mm comprimento por 9 – 14 mm de largura, subpatente, obovado, muito convexo, trilobado, castanho ou castanho-avermelhado, aveludado, com uma pilosidade densa, comprida, desordenada, frequentemente com reflexos prateados; lobos laterais com 2 – 5 mm de comprimento por 1 – 3,5 mm de largura, de ovados a ovado-romboidais, muito obtusos; lobo médio com 5 – 9 mm de comprimento por 6 – 10 mm de largura, largamente obcordiforme, com as margens reflexas, aparentemente emarginado; mácula de castanho-clara a castanho-escura, mais ou menos azul-violácea, às vezes cinzento-azulada, raramente avermelhada, pálida na base, muito brilhante, rodeada distalmente por uma faixa glabra, branca, às vezes tingida de vermelho ou raramente azulada, em forma de W. Cavidade estigmática com 3 – 4 mm de comprimento por 3,5 – 4,5 mm de largura.
Espécie muito pouco frequente, de sítios soalheiros a de meia-sombra, em pequenos prados protegidos, tanto em solo básico como levemente ácido.
Ocorre na Beira Litoral, Ribatejo, Estremadura e Baixo Alentejo.As duas primeiras imagens foram registadas em Reguengo da Fetal, Batalha, Beira Litoral, a 22/03/09.
As duas imagens, do lado esquerdo, foram registadas em Casais Monizes, Rio Maior, Ribatejo e as restantes em Bezerra, Porto de Mós, Estremadura, a 02/04/09.