quarta-feira, 26 de agosto de 2009

domingo, 26 de julho de 2009

DE TÃO NUMEROSA AO DESAPARECIMENTO?!

A 4 de Julho de 1901, Gonçalo Sampaio escreveu uma carta a Júlio Henriques onde dizia:

"Cheguei ante-hontem de Ilhavo, onde encontrei algumas plantas interessantes... A Epipatis palustris é ali abundantissimas e forma, em localidades, pradarias em que se podia colher aos carros. Colhi muitos exemplares...".

Este documento pode ser consultado na Biblioteca Digital do Departamento de Botânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (http://bibdigital.bot.uc.pt/).

Epipactis palustris Crantz
Est. IV - Fig. 30
a) flor; b) sépala dorsal, pétala, sépala lateral e labelo; c) antera; d) ginostémio; e) indivíduo completo.

Imagem que se encontra na obra "Orchideographia Portugueza" de José d'Ascensão Guimarães, Boletim da Sociedade Broteriana, Vol. V, de 1887.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

DACTYLORHIZA ERICETORUM

A Dactylorhiza ericetorum (E.F. Linton) Averyanov é uma planta não muito robusta, de caule delgado, com 10 – 35 (50) cm de altura por 0,15 – 0,4 cm de diâmetro. Possui 2 tubérculos, com 9 – 20 mm de comprimento por 10 – 35 mm de largura, 2 – 4 (5) fundamente fendidos. 3 – 5 folhas, com 6 – 15 cm de comprimento por 0,8 – 2 cm de largura, de estreitamente lanceoladas a lineares, de erectas a patentes e arqueadas para baixo, cobertas, na página superior, de pequenas manchas púrpura-anegradas, as superiores bracteiformes. Brácteas inferiores em geral não ultrapassando as respectivas flores. Inflorescência com (2) 3 – 6 (9) cm de comprimento, compacta, de cónica a subcilíndrica. 15 – 35 flores relativamente grandes, pálidas, de esbranquiçadas a lilacíneas. Sépalas laterais lanceoladas, com 7 – 11 mm de comprimento por 2,5 – 4 mm de largura, de suberectas a patentes horizontalmente, com o ápice reflexo, frequentemente maculadas por dentro; sépala dorsal formando uma gálea mais ou menos frouxa com as pétalas. Labelo orbicular, ligeiramente trilobado, com 7 – 10 mm de comprimento por 8 – 12 (14) mm de largura, de plano a um tanto convexo, esbranquiçado e com desenhos pouco nítidos de púrpura a lilacíneos, às vezes reduzidos a um ponteado fino disperso, frequentemente formados por traços e linhas que formam 1 – 2 círculos centrais mais ou menos completes. Lobos laterais arredondados, com os bordos frequentemente ondulado-crenados. Lobo central muito reduzido, normalmente mais curto que os laterais. Esporão delgado, com 6 – 13 mm de comprimento e 1,3 – 1,9 mm de diâmetro na base, de mais ou menos paralelo ao ovário a um pouco descendente, dirigido para baixo.
Espécie de sítios soalheiros ou de meia-sombra, em solos muito ácidos, de húmidos a saturados, frequentemente acompanhada de Erica tetralix.
Ocorre no Minho e Trás-os-Montes e Alto Douro e Beira Alta.Imagens registadas em Portela de Leonte, Terras de Bouro, Minho, a 27/06/09.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

NEOTTIA NIDUS-AVIS

A Neottia nidus-avis (L.) L.C.M. Richard é uma planta saprófita castanho-amarelada, com rizoma curto, de 1,5 – 4,2 cm de comprimento, rastejante, coberto por numerosas raízes entrelaçadas e carnudas formando uma massa lembrando um ninho de ave. Caule erecto, com (10) 15 – 35 (52) cm de altura, revestido de escamas com 2 – 6 cm de comprimento, escariosas, invaginantes. Brácteas mais curtas que os respectivos ovários, com 8,8 – 23 mm de comprimento por 2 – 3 mm de largura, lanceolado-acuminadas, escariosas. Inflorescência com 5 – 20 (30) cm de comprimento, cilíndrica, com 15 – 70 flores pediceladas, um tanto frouxa para a base. Pedicelo com 3 – 6 mm, contorcido. Sépalas com 6 – 7 mm de comprimento por 2 – 2,5 mm de largura, de ovado-oblongas a eliptíco-oblongas, obtusas. Pétalas com 5 – 5,5 mm de comprimento por 2 mm de largura, de ovado-oblongas a eliptíco-oblongas, obtusas. Sépalas e pétalas coniventes numa gálea frouxa, com 4 – 6 mm de coprimento, castanho-amarelado, raramente esbranquiçado ou amarelado. Labelo com 8 – 12 mm de comprimento por 5 mm de largura, obliquamente pendente, castanho-acizentado, a parte indivisa oblonga e com uma zona nectarífera levemente escavada, com 2 dentículos laterais próximo da base, sem esporão, dividido no ápice em 2 lobos oblongo-cordiformes, obtusos, divergentes. Ginostémio com 1 – 1,5 mm de comprimento, mais ou menos cilíndrico, erecto, glabro. Ovário subcilíndrico, com (7) 8 – 10 mm de comprimento.
Espécie de sombra, sob coberto de matas.
Ocorre em Trás-os-Montes e Alto Douro e na Beira Litoral.Imagens registadas na Serra do Buçaco, Mealhada, Beira Litoral, a 17/05/09.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

EPIPACTIS DURIENSIS

A Epipactis duriensis Bernardos, D. Tyteca, Revuelta & Amich possui rizoma curto e espesso. É uma planta delgada, com 20 – 35 (40) cm de altura. Caule verde-pálido, com 4 – 5 (6) mm de espessura na base, abaixo da primeira folha, com (1,5) 2 – 3 (3,5) mm de espessura na base da inflorescência; curtamente pubescente na metade inferior e glabro na metade superior, especialmente na inflorescência. 7 – 8 (10) folhas subalternas, representando 11 – 16 % da planta, erectas, com uma inclinação, relativamente ao caule, sempre inferior a 40º, mais espaçadas que os entrenós, dobradas ao longo da nervura principal e com os bordos fortemente ondulados; as caulinares 2 (3) bastante ovadas, 4 - 5 oval-lanceoladas; as 2 (3) superiores um tanto mais espaçadas, com 3,5 – 4 cm de comprimento por 1,5 – 2 cm de largura e com um espaço de 3 – 4,5 (5) cm entre a última folha e a base da inflorescência. Brácteas inferiores excedendo de muito as respectivas flores, com 4 – 5 cm de comprimento por 2 – 2,5 cm de largura. Inflorescência frouxa, com (8) 10 – 15 (20) cm de comprimento, com 10 – 25 (35) flores bem abertas, de patentes a erectas. Pedicelo com 2 – 3 (4) mm de comprimento, raramente colorido de purpúrea na base, mais curto do que o ovário. Ovário com 8 – 9 (10) mm de comprimento, subpiriforme, com poucos pêlos, verde-vivo. Sépalas com 8,5 – 9,5 mm de comprimento por 3,5 – 4,5 mm de largura, agudas, ovais, verde-pálidas no exterior e verde-amareladas no interior. Pétalas com 6,5 – 7 mm de comprimento por 3,5 – 4 mm de largura, agudas, ovais, verde-pálidas com leves traços purpúreas. Hipoquilo cupuliforme, com 2,5 – 3 mm de comprimento por 3 – 3,5 mm de largura, esverdeado por fora, brilhante, preto a oliváceo na parte interna, nectarífero. Epiquilo cordiforme, com 3,5 – 4,5 mm de comprimento por 4 – 5 mm de largura, branco-rosado, com 2 leves saliências na base. Rostelo desenvolvido.
Espécie de sítios sombrios como bosques de sobreiros, em solos ácidos.
Ocorre em Trás-os-Montes e Alto Douro.
Imagens registadas em Ponte de Zom, Freixo de Espada-à-Cinta, Trás-os-Montes e Alto Douro a 07/06/09.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

SATIRIÃO-MENOR

A Anacamptis pyramidalis L.C.M. Richard é uma planta com 2 tubérculos inteiros, ovóides a subglobosos, com 15 – 26 mm de comprimento por 12 – 14 mm de largura. Caule erecto, delgado, com 20 – 65 (80) cm de altura, verde, glabro, com 2 – 3 escamas basais, acastanhadas e invaginantes. 4 – 10 (12) folhas, as inferiores erectas, lanceolado-lineares, caniculadas, com 8 – 25 cm de comprimento por 0,7 – 2 cm de largura; as distais menores ou bracteiformes. Brácteas frequentemente violáceas, excedendo o ovário. Inflorescência com (2) 3 – 8 (12) cm de altura, ovóide ou um tanto alongada, multiflora. 15 – 40 (60) flores um tanto pequenas, purpúreas ou rosadas, raramente esbranquiçadas. Sépalas laterais patentes, com 4 – 8 mm de comprimento por 2 - 2,2 mm de largura, ovado-oblongas, um pouco crenadas, glabras, de rosadas a purpúreas; sépala dorsal suberecta, formando uma gálea laxa com as pétalas, com 3,5 – 6,5 mm de comprimento. Pétalas laterais com 3 – 6 mm de comprimento por 2,5 mm de largura, ovado-oblongas, glabras, de rosadas a purpúreas. Labelo com 6 – 9 (10,5) mm de comprimento, mais comprido que as sépalas, largamente acunheado, trilobado, de rosado a purpúreo, geralmente com a parte basal branca, com 2 lamelas proeminentes e subparalelas na base. Lobos laterais com 4 – 4,5 mm de comprimento, subiguais, oblongos a ovados, divergentes. Lobo médio, ás vezes levemente emarginado e acuminado, ligeiramente mais comprido e, frequentemente, mais estreito que os lobos laterais. Esporão filiforme, com 10 – 16 (20) mm de comprimento por 0,8 mm de largura, obtuso, um pouco curvado para baixo. Ginostémio curto, erecto, glabro.
Espécie de descampados e arrelvados xerofílicos, frequentemente em solos calcários, constituindo por vezes amplas populações.
Ocorre na Beira Litoral, Beira Alta, Ribatejo, Estremadura e Algarve.
Primeira, quinta e última imagens registadas em São Romão, Vagos, Beira Litoral a 22/05/09. Segunda imagem registada em Carvalhal da Azóia, Soure, Beira Litoral a 28/04/09. Restantes imagens registadas em Fonte Coberta, Condeixa-a-Nova, Beira Litoral a 29/05/09.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

SATIRIÃO-BASTARDO

A Dactylorhiza elata (Poiret) Soó subsp. sesquipedalis (Willdenow) Soó é uma planta com 2 tubérculos bipartidos ou tetrapartidos, com (10) 15 – 23 mm de comprimento por (9) 15 – 21 (29) mm de largura. Caule com (25) 40 – 100 (125) cm de altura, erecto, robusto, estreitamente fistuloso, de um verde amarelado, às vezes mais ou menos manchado de purpúrea na parte superior. 6 – 10 folhas caulinares, não maculadas ou raramente maculadas ligeiramente, com 15 – 25 (45) cm de comprimento por 1,5 – 4,5 (6) cm de largura, lineares a ovado-lanceoladas, concolores, as superiores bracteiformes. Brácteas mais compridas que as flores. Inflorescência com (5) 15 – 30 (50) cm de comprimento, cilíndrica, densa, multiflora. Flores grandes, rosadas a lilacíneas, por vezes purpúreas. Sépalas laterais ovado-lanceoladas, por vezes variegadas, com 9 – 18 mm de comprimento por 3 – 6 mm de largura, erectas, às vezes confluentes no cimo; sépala dorsal formando com as pétalas uma gálea com 7 – 14 mm de comprimento. Labelo com 9 – 15 mm de comprimento por 10 – 22 mm de largura, mais largo que comprido, fracamente trilobado a subinteiro, dobrado longitudinalmente, esbranquiçado para a base e variegado na parte central. Esporão robusto, com 9 – 19 mm de comprimento por 2 – 4 mm de largura, mais ou menos igual ao ovário, cónico a subcilíndrico, descendente e mais ou menos paralelo ao ovário.
Espécie sobretudo de sítios soalheiros, em solos húmidos.
Ocorre no Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro, Beira Litoral, Beira Alta, Beira Baixa e Estremadura.
Imagens um, dois e quatro registadas em São Romão, Vagos, Beira Litoral a 22/05/09. Restantes imagens registadas em Nossa Senhora de Fátima, Aveiro, Beira Litoral, a 22/05/09.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

OPHRYS LUSITANICA

A Ophrys lusitanica (O. Danesch & E. Danesch) Paulus (= Ophrys vernixia Brotero) é uma planta como O. speculum, mas de maior porte. Possui 2 (3) tubérculos subglobosos, sésseis ou subsésseis. O caule é erecto, com 15 – 50 cm de altura e nunca atarracado. Folhas verde-amareladas, lanceoladas, com 5,5 – 10 (18) cm de comprimento por 2,5 – 4,5 cm de largura. Inflorescência com 5 – 15 flores de tamanho semelhante às da O. speculum, mas de tons mais claros. Sépalas verde-amareladas, sendo a franja da face interna amarelada a ferrugínea-clara. Pétalas alaranja-claras a esverdeadas. Labelo de pendente a subhorizontal, com 10 – 16 (21) mm de comprimento por 6,5 – 14 mm de largura, trilobado, com margem amarela muito estreita e o indumento marginal amarelado, seguido de uma margem glabra, com 1,5 – 2,5 mm de largura. Lobo médio obovado, acentuadamente convexo, com 5 – 9 mm de largura, 0,9 – 2,2 vezes mais comprido que largo, com o espéculo mais estreito. Lóbulos laterais linear-lanceolados, acastanhados ou castanho-avermelhados, 1,5 – 3,5 vezes mais compridos que largos, divergentes, muito convexos. Campo basal de obovado a elíptico. Ginostémio com 6 – 8 (10) mm de comprimento.
Espécie de sítios soalheiros ou de meia-sombra, em solos predominantemente calcários.
Ocorre na Beira Litoral, Ribatejo, Estremadura e Algarve.
Imagens registadas em Fonte Coberta, Condeixa-a-Nova, Beira Litoral, em 28/04/09, 03/05/09, 23/04/08, 11/04/08, 23/04/08 e 29/05/09.

domingo, 31 de maio de 2009

SERAPIAS PEREZ-CHISCANOI

A Serapias perez-chiscanoi C. Acedo é uma planta com 1 – 2 tubérculos, o mais jovem com pedúnculo. O caule é verde-claro, com (15) 20 – 40 cm de altura. 3 – 8 folhas, com 10 – 14 cm de comprimento por 0,8 – 2 cm de largura, linear-lanceoladas, as 1 – 3 distais bracteiformes. Brácteas com 3 – 5 cm de comprimento por 0,9 – 1,1 cm de largura, geralmente mais curtas que a gálea, de lanceoladas a ovado-lanceoladas, verde-claras ou verde-purpúreas, com nervuras e às vezes finamente pontilhadas de purpúrea. Inflorescência curta e densa, com 3 – 13 flores bastante grandes. Sépalas verde-claras, às vezes tingidas de rosa, com nervuras verde-escuras ou purpúreas, com (17) 21 – 25 mm de comprimento por 5 – 7 mm de largura. Pétalas com 18 – 25 mm de comprimento por 5 – 6 mm de largura, orbiculares na base e que se estreitam bruscamente para o ápice, de verde-claro a verde-rosado. Labelo com 1,8 – 2,9 cm de comprimento, de cor esverdeada, com duas calosidades ligeiramente divergentes, com 2 – 2,6 mm de comprimento, de cor verde-pálida, brilhantes, às vezes rosadas. Hipoquilo com (5) 7 – 10 (11) mm de comprimento por 12 – 19 mm de largura, verde-claro, com abundante pilosidade à frente das calosidades e entre os lobos laterais, às vezes rosado-purpúreos, escondidos dentro da gálea. Epiquilo lanceolado, com (13) 17 – 22 mm de comprimento por (6) 9 – 14 mm de largura, curvado para trás, verde-claro, com nervuras verdes ou purpúreas, com pilosidade, de esbranquiçada a rosada, no centro. Ginostémio com 11 – 14 mm de comprimento. Polinídias amarelas.
Espécie de sítios soalheiros ou de meia-sombra, em solos húmidos.
Ocorre na Beira Litoral, Ribatejo, Alto Alentejo e Baixo Alentejo.
Imagens registadas em Ereiras, Pombal, Beira Litoral, a 01/05/09.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

ERVA-ABELHA-PEQUENA-DOS-CALCÁRIOS

A Ophrys speculum Link (= Ophrys ciliata Bivona-Bernardi) é uma planta com 2 (3) tubérculos subglobosos, sésseis ou subsésseis. O caule é erecto, com 5 – 25 cm de altura, frequentemente atarracado. Folhas verde-escuras, as basais oblongas e subobtusas, com 3 – 8 cm de comprimento por 1,5 – 3 (4,5) cm de largura. Brácteas oblongas ou lanceoladas, verde-claras. Inflorescência com 2 – 8 flores relativamente grandes. Sépalas com 7 – 10 mm de comprimento por 3 – 5 mm de largura, ovado-oblongas, côncavas, verdes, apresentando frequentemente na face interna uma franja purpúrea ou castanha, as laterais patentes e a central curvada sobre o ginostémio. Pétalas arqueadas para trás, purpúreas, vilosas, lanceoladas, com 4 – 6 mm de comprimento por 1,2 – 2 mm de largura. Labelo com 10 – 15 (16) mm de comprimento por 7 – 15 mm de largura, subpatente, trilobado, com espéculo azul-vivo ou violáceo, brilhante, mais ou menos largo, com margem amarela larga e indumento viloso marginal castanho-avermelhado, seguida de uma margem glabra, com 0,5 – 1,5 mm de largura. Lobo médio orbicular-triangular, com 7 – 12 mm de largura, convexo. Lóbulos laterais inflexos, com 2 – 3,2 mm de largura, 0,8 – 1,8 vezes mais compridos que largos, lanceolados a ovados, purpúreo-escuros, por vezes com uma pequena mancha especular. Campo basal escuro, brilhante, de oval a elíptico, com calosidades que suportam pseudo-olhos negros e brilhantes. Ginostémio muito curto, com 4 – 6,5 mm de comprimento, obtuso e não apiculado.
Espécie de sítios soalheiros ou de meia-sombra, em solos predominantemente calcários.
Ocorre na Beira Litoral, Beira Alta, Ribatejo, Estremadura, Alto Alentejo, Baixo Alentejo e Algarve.
Primeira imagem registada em Fonte Coberta, Condeixa-a-Nova, Beira Litoral, a 03/05/09. Restantes imagens registadas na Serra de São Luís, Setúbal, Estremadura, a 28/03/08.

terça-feira, 26 de maio de 2009

SERAPIAS STRICTIFLORA

A Serapias strictiflora Welwitsch ex Veiga é uma planta com 1 – 3 tubérculos, os mais jovens pediculados. O caule é verde, com 10 – 35 (45) cm de altura. (3) 5 – 7 folhas linear-lanceoladas, erectas, com 4 – 14 cm de comprimento por 0,5 – 0,8 cm de largura, as caulinares arqueadas, erectas, alcançando, por vezes, a base da inflorescência, as 1 – 2 distais bracteiformes. Brácteas com 15 – 35 mm de comprimento por 4 – 11 mm de largura, ovado-lanceoladas, um pouco mais purpúreas que a gálea, não a ultrapassando e com as nervuras mais escuras. Inflorescência frouxa, com 1 – 4 (5) flores, gálea mais ou menos horizontal, acuminada, de um pálido lilás-acinzentado, de púrpura deslavado, nervuras de um escuro purpúreo-violáceo por fora e de um purpúreo-anegrado por dentro. Sépalas com 16 – 25 mm de comprimento por 2,5 – 5,5 mm de largura, ovado-lanceoladas, coalescentes, de um púrpura intenso, com as nervuras mais escuras. Pétalas com 11 – 17 mm de comprimento por 2 – 4 mm de largura, com a base oval, subuladas, purpúreas. Labelo com 16 – 30 mm de comprimento, de vermelho escuro a purpúrea-anegrado escuro, com pilosidade clara, densa e comprida até ao centro do epiquilo, com uma calosisade purpúrea-anegrada na base, brilhante, emarginada, nitidamente canaliculada. Hipoquilo com (4) 8 – 9 (14) mm de comprimento por (7,5) 11 – 14 mm de largura, de rectangular com as margens arredondadas a subreniforme, lobos laterais quase totalmente escondidos dentro da gálea. Epiquilo com 9 - 16 (19) mm de comprimento por 2,5 – 4,5 (6) mm de largura, geralmente triangular, muito mais estreito que o hipoquilo, patente ou arqueado para trás, pendente, raramente curvado para baixo do hipoquilo. Ginostémio com 10 – 16 mm de comprimento.
Espécie em sítios soalheiros ou de meia-sombra, secos a húmidos, em solos calcários a ácidos: descampados, matagais, bosques claros.
Ocorre na Beira Litoral, Beira Alta, Ribatejo, Estremadura, Alto Alentejo, Baixo Alentejo e Algarve.

Imagens registadas em Barão de São João, Lagos, Algarve, a 10/04/09.