sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

OS MOSCARDOS-FUSCOS OFUSCAM!...

Imagens de Ophrys lupercalis registadas em Fonte Coberta, Condeixa-a-Nova, Beira Litoral, a 21/02/08.

A Ophrys lupercalis J. Devillers-Terschuren & P Devillers possui 2 (3) tubérculos, subglobosos, sésseis. Folhas basais com 1,7 - 10 cm de comprimento por 1 - 4,5 cm de largura, de ovadas a ovado-lanceoladas. É uma planta com 8 - 29 cm de altura, até 10 flores medianas e de tonalidades claras. Sépalas verdes, 11 - 15 mm de comprimento por 4 - 8 mm de largura. Pétalas com 7 - 10 mm de comprimento por 1 - 2 mm de largura. Labelo trilobado, subhorizontal, 10 - 18 mm de comprimento, (8,5) 10 - 16 mm de largura, pouco convexo transversalmente, quase sem curvatura longitudinal, às vezes com uma franja amarelada a contorná-lo, com menos de 0,8 mm de espessura; base do labelo frequentemente descolorada, com relevos longitudinais proeminentes, mas que não provocam uma curvatura longitudinal, com a parte apical ligeiramente curvada para baixo; pilosidade labelar desordenada; mácula alargada e variada, chegando quase às fendas, frequentemente em forma de W, habitualmente indivisa, de cores variadas: azul, acinzentada, avermelhada ou leitosa; lobos laterais separados do lobo médio por fendas bem marcadas; parte inferior do labelo verde pálida. Ginostémio curto, obtuso.
Espécie de floração precoce, de sítios soalheiros ou de meia-sombra, em solos arenosos, calcários ou margosos, secos: matagais, clareiras de bosques.
Ocorre na Beira Litoral, Estremadura, Ribatejo, Alto Alentejo, Baixo Alentejo e Algarve.


A Ophrys fusca Link, com 2 (3) tubérculos subglobosos, sésseis ou subsésseis, é uma planta com um caule erecto de 10 - 25 (44) cm de altura. Folhas basais oblongas a oblongas-lanceoladas, obtusas e apiculadas. Inflorescência com 2 - 10 flores grandes. Sépalas de verde-amareladas a verde-esbranquiçadas, bordos reflexos, com 11 - 16 mm de comprimento por 5,5 - 9 mm de largura; as laterais patentes, oval-lanceoladas, assimétricas; a dorsal de oboval a elíptica, côncava, curvada por cima do ginostémio. Pétalas glabras, erectas, verde-amareladas a oliváceas, 8 - 12 mm de comprimento por 2 - 4 mm de largura, oblongas, às vezes subespatuladas, arredondadas no ápice e bordos mais ou menos ondulados. Labelo com 15 - 22 mm de comprimento por 11 - 17 mm de largura, trilobado, aveludado, castanho ou castanho-avermelhado, subhorizontal na base e depois pendente, convexo lateralmente, bordos curvados para baixo, parecendo, por vezes, estreito, base do labelo com 2 nítidos relevos longitudinais proeminentes que acentuam a curvatura longitudinal (contracção), parte média inclinada e relativamente plana, parte apical curvando-se novamente para abaixo; lobos laterais de triangular arredondados a subrômbicos; lobo médio obcordiforme, por vezes emarginado; pilosidade labelar ordenada, um pouco escura com reflexos violetas; mácula basal com 8 - 13 mm de comprimento, bilobada, em forma de W ou subrectangular, azul marmoreado de violáceo-acinzentado, frequentemente brilhante, com pêlos acinzentados dispersos; parte inferior do labelo maioritariamente verde, às vezes com um bordo verde-amarelado, mais ou menos forte e amplamente tingido de púrpura ou cinzento-acastanhado. Ginostémio com 4 - 6 mm, obtuso, verde ou de um verde-amarelado no dorso, amarelo nos lados, não apiculado. Cavidade estigmática com 2 - 3 mm de comprimento por 3 - 4 mm de largura, geralmente verde-amarelada ou verde-esbranquiçada. Ovário cilíndrico, não retorcido.
Espécie de floração relativamente tardia, de sítios soalheiros ou de meia-sombra
, em solos arenosos, calcários ou margosos, secos: matagais, clareiras de bosques.
Ocorre na Beira Litoral, Estremadura, Ribatejo, Alto Alentejo, Baixo Alentejo e Algarve.

Imagens de Ophrys fusca registadas na Terrugem, Sintra, Estremadura, a 04/04/07.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

A SALEPEIRA-GRANDE A ENCANTAR O INVERNO!

Venda do Brasil, Ansião, Beira Litoral, 08/04/06.

A Barlia robertiana (Loiseleur) Greuter in Boissiera é uma planta robusta com 2 (4) tubérculos, ovóides, inteiros e sésseis. Caule com (20) 30 - 80 (100) cm, grosso e erecto. 5 - 10 folhas grossas, de elípticas a lanceoladas, verdes brilhantes; as inferiores com 8 - 40 cm de comprimento por 4 - 11,5 cm de largura, suberectas, frequentemente pontuadas de negro e reunidas em roseta basal frouxa, as superiores são progressivamente mais curtas e, nas proximidades da inflorescência, bracteiformes. Inflorescência com 7 - 20 (41) cm, densa, ovóide mas por fim cilíndrica, possui 11 - 45 (70) flores grandes e aromáticas. Brácteas foliáceas, violáceas, glabras, com 26 - 41 mm de comprimento por 3 - 6,9 mm de largura, as inferiores excedendo as flores. As sépalas e as pétalas formam um casco frouxo, de verde a rosa por fora, mas mais claro e com manchas na parte interna; sépalas dorsais ovais, côncavas, 7,8 - 16 mm de comprimento por 5 - 10 mm de largura, pétalas laterais laceoladas, glabras, uninérveas, com 5 - 12 mm de comprimento por 1,5 - 3 mm de largura. Labelo com 12 - 18 (24) mm de comprimento por 9 - 11 (20) mm de largura, trilobado, obovado, convexo e crenulado, com duas cristas longitudinais na boca do esporão, o lobo médio 1,5 - 2 vezes tão comprido como os laterais e dividido em dois lobos secundários divergentes, de rosa a violeta, por vezes esbranquiçado com manchas violetas na parte central e esverdeado nas bordas. Esporão com (4) 5 - 6 (7) mm de comprimento por 2,5 - 3 mm de largura, cónico e recurvado.
Espécie de plena luz a meia sombra que pode ser encontrada em arrelvados, clareiras de matas e matos, de locais secos a um tanto frescos, geralmente em solos calcários.
Ocorre em Trás-os-Montes e Alto Douro, Beira Litoral, Estremadura, Ribatejo e Baixo Alentejo.
Restantes imagens registadas em Bom-Velho de Cima, Condeixa-a-Nova, Beira Litoral, a 09/02/08.