sexta-feira, 26 de junho de 2009

NEOTTIA NIDUS-AVIS

A Neottia nidus-avis (L.) L.C.M. Richard é uma planta saprófita castanho-amarelada, com rizoma curto, de 1,5 – 4,2 cm de comprimento, rastejante, coberto por numerosas raízes entrelaçadas e carnudas formando uma massa lembrando um ninho de ave. Caule erecto, com (10) 15 – 35 (52) cm de altura, revestido de escamas com 2 – 6 cm de comprimento, escariosas, invaginantes. Brácteas mais curtas que os respectivos ovários, com 8,8 – 23 mm de comprimento por 2 – 3 mm de largura, lanceolado-acuminadas, escariosas. Inflorescência com 5 – 20 (30) cm de comprimento, cilíndrica, com 15 – 70 flores pediceladas, um tanto frouxa para a base. Pedicelo com 3 – 6 mm, contorcido. Sépalas com 6 – 7 mm de comprimento por 2 – 2,5 mm de largura, de ovado-oblongas a eliptíco-oblongas, obtusas. Pétalas com 5 – 5,5 mm de comprimento por 2 mm de largura, de ovado-oblongas a eliptíco-oblongas, obtusas. Sépalas e pétalas coniventes numa gálea frouxa, com 4 – 6 mm de coprimento, castanho-amarelado, raramente esbranquiçado ou amarelado. Labelo com 8 – 12 mm de comprimento por 5 mm de largura, obliquamente pendente, castanho-acizentado, a parte indivisa oblonga e com uma zona nectarífera levemente escavada, com 2 dentículos laterais próximo da base, sem esporão, dividido no ápice em 2 lobos oblongo-cordiformes, obtusos, divergentes. Ginostémio com 1 – 1,5 mm de comprimento, mais ou menos cilíndrico, erecto, glabro. Ovário subcilíndrico, com (7) 8 – 10 mm de comprimento.
Espécie de sombra, sob coberto de matas.
Ocorre em Trás-os-Montes e Alto Douro e na Beira Litoral.Imagens registadas na Serra do Buçaco, Mealhada, Beira Litoral, a 17/05/09.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

EPIPACTIS DURIENSIS

A Epipactis duriensis Bernardos, D. Tyteca, Revuelta & Amich possui rizoma curto e espesso. É uma planta delgada, com 20 – 35 (40) cm de altura. Caule verde-pálido, com 4 – 5 (6) mm de espessura na base, abaixo da primeira folha, com (1,5) 2 – 3 (3,5) mm de espessura na base da inflorescência; curtamente pubescente na metade inferior e glabro na metade superior, especialmente na inflorescência. 7 – 8 (10) folhas subalternas, representando 11 – 16 % da planta, erectas, com uma inclinação, relativamente ao caule, sempre inferior a 40º, mais espaçadas que os entrenós, dobradas ao longo da nervura principal e com os bordos fortemente ondulados; as caulinares 2 (3) bastante ovadas, 4 - 5 oval-lanceoladas; as 2 (3) superiores um tanto mais espaçadas, com 3,5 – 4 cm de comprimento por 1,5 – 2 cm de largura e com um espaço de 3 – 4,5 (5) cm entre a última folha e a base da inflorescência. Brácteas inferiores excedendo de muito as respectivas flores, com 4 – 5 cm de comprimento por 2 – 2,5 cm de largura. Inflorescência frouxa, com (8) 10 – 15 (20) cm de comprimento, com 10 – 25 (35) flores bem abertas, de patentes a erectas. Pedicelo com 2 – 3 (4) mm de comprimento, raramente colorido de purpúrea na base, mais curto do que o ovário. Ovário com 8 – 9 (10) mm de comprimento, subpiriforme, com poucos pêlos, verde-vivo. Sépalas com 8,5 – 9,5 mm de comprimento por 3,5 – 4,5 mm de largura, agudas, ovais, verde-pálidas no exterior e verde-amareladas no interior. Pétalas com 6,5 – 7 mm de comprimento por 3,5 – 4 mm de largura, agudas, ovais, verde-pálidas com leves traços purpúreas. Hipoquilo cupuliforme, com 2,5 – 3 mm de comprimento por 3 – 3,5 mm de largura, esverdeado por fora, brilhante, preto a oliváceo na parte interna, nectarífero. Epiquilo cordiforme, com 3,5 – 4,5 mm de comprimento por 4 – 5 mm de largura, branco-rosado, com 2 leves saliências na base. Rostelo desenvolvido.
Espécie de sítios sombrios como bosques de sobreiros, em solos ácidos.
Ocorre em Trás-os-Montes e Alto Douro.
Imagens registadas em Ponte de Zom, Freixo de Espada-à-Cinta, Trás-os-Montes e Alto Douro a 07/06/09.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

SATIRIÃO-MENOR

A Anacamptis pyramidalis L.C.M. Richard é uma planta com 2 tubérculos inteiros, ovóides a subglobosos, com 15 – 26 mm de comprimento por 12 – 14 mm de largura. Caule erecto, delgado, com 20 – 65 (80) cm de altura, verde, glabro, com 2 – 3 escamas basais, acastanhadas e invaginantes. 4 – 10 (12) folhas, as inferiores erectas, lanceolado-lineares, caniculadas, com 8 – 25 cm de comprimento por 0,7 – 2 cm de largura; as distais menores ou bracteiformes. Brácteas frequentemente violáceas, excedendo o ovário. Inflorescência com (2) 3 – 8 (12) cm de altura, ovóide ou um tanto alongada, multiflora. 15 – 40 (60) flores um tanto pequenas, purpúreas ou rosadas, raramente esbranquiçadas. Sépalas laterais patentes, com 4 – 8 mm de comprimento por 2 - 2,2 mm de largura, ovado-oblongas, um pouco crenadas, glabras, de rosadas a purpúreas; sépala dorsal suberecta, formando uma gálea laxa com as pétalas, com 3,5 – 6,5 mm de comprimento. Pétalas laterais com 3 – 6 mm de comprimento por 2,5 mm de largura, ovado-oblongas, glabras, de rosadas a purpúreas. Labelo com 6 – 9 (10,5) mm de comprimento, mais comprido que as sépalas, largamente acunheado, trilobado, de rosado a purpúreo, geralmente com a parte basal branca, com 2 lamelas proeminentes e subparalelas na base. Lobos laterais com 4 – 4,5 mm de comprimento, subiguais, oblongos a ovados, divergentes. Lobo médio, ás vezes levemente emarginado e acuminado, ligeiramente mais comprido e, frequentemente, mais estreito que os lobos laterais. Esporão filiforme, com 10 – 16 (20) mm de comprimento por 0,8 mm de largura, obtuso, um pouco curvado para baixo. Ginostémio curto, erecto, glabro.
Espécie de descampados e arrelvados xerofílicos, frequentemente em solos calcários, constituindo por vezes amplas populações.
Ocorre na Beira Litoral, Beira Alta, Ribatejo, Estremadura e Algarve.
Primeira, quinta e última imagens registadas em São Romão, Vagos, Beira Litoral a 22/05/09. Segunda imagem registada em Carvalhal da Azóia, Soure, Beira Litoral a 28/04/09. Restantes imagens registadas em Fonte Coberta, Condeixa-a-Nova, Beira Litoral a 29/05/09.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

SATIRIÃO-BASTARDO

A Dactylorhiza elata (Poiret) Soó subsp. sesquipedalis (Willdenow) Soó é uma planta com 2 tubérculos bipartidos ou tetrapartidos, com (10) 15 – 23 mm de comprimento por (9) 15 – 21 (29) mm de largura. Caule com (25) 40 – 100 (125) cm de altura, erecto, robusto, estreitamente fistuloso, de um verde amarelado, às vezes mais ou menos manchado de purpúrea na parte superior. 6 – 10 folhas caulinares, não maculadas ou raramente maculadas ligeiramente, com 15 – 25 (45) cm de comprimento por 1,5 – 4,5 (6) cm de largura, lineares a ovado-lanceoladas, concolores, as superiores bracteiformes. Brácteas mais compridas que as flores. Inflorescência com (5) 15 – 30 (50) cm de comprimento, cilíndrica, densa, multiflora. Flores grandes, rosadas a lilacíneas, por vezes purpúreas. Sépalas laterais ovado-lanceoladas, por vezes variegadas, com 9 – 18 mm de comprimento por 3 – 6 mm de largura, erectas, às vezes confluentes no cimo; sépala dorsal formando com as pétalas uma gálea com 7 – 14 mm de comprimento. Labelo com 9 – 15 mm de comprimento por 10 – 22 mm de largura, mais largo que comprido, fracamente trilobado a subinteiro, dobrado longitudinalmente, esbranquiçado para a base e variegado na parte central. Esporão robusto, com 9 – 19 mm de comprimento por 2 – 4 mm de largura, mais ou menos igual ao ovário, cónico a subcilíndrico, descendente e mais ou menos paralelo ao ovário.
Espécie sobretudo de sítios soalheiros, em solos húmidos.
Ocorre no Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro, Beira Litoral, Beira Alta, Beira Baixa e Estremadura.
Imagens um, dois e quatro registadas em São Romão, Vagos, Beira Litoral a 22/05/09. Restantes imagens registadas em Nossa Senhora de Fátima, Aveiro, Beira Litoral, a 22/05/09.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

OPHRYS LUSITANICA

A Ophrys lusitanica (O. Danesch & E. Danesch) Paulus (= Ophrys vernixia Brotero) é uma planta como O. speculum, mas de maior porte. Possui 2 (3) tubérculos subglobosos, sésseis ou subsésseis. O caule é erecto, com 15 – 50 cm de altura e nunca atarracado. Folhas verde-amareladas, lanceoladas, com 5,5 – 10 (18) cm de comprimento por 2,5 – 4,5 cm de largura. Inflorescência com 5 – 15 flores de tamanho semelhante às da O. speculum, mas de tons mais claros. Sépalas verde-amareladas, sendo a franja da face interna amarelada a ferrugínea-clara. Pétalas alaranja-claras a esverdeadas. Labelo de pendente a subhorizontal, com 10 – 16 (21) mm de comprimento por 6,5 – 14 mm de largura, trilobado, com margem amarela muito estreita e o indumento marginal amarelado, seguido de uma margem glabra, com 1,5 – 2,5 mm de largura. Lobo médio obovado, acentuadamente convexo, com 5 – 9 mm de largura, 0,9 – 2,2 vezes mais comprido que largo, com o espéculo mais estreito. Lóbulos laterais linear-lanceolados, acastanhados ou castanho-avermelhados, 1,5 – 3,5 vezes mais compridos que largos, divergentes, muito convexos. Campo basal de obovado a elíptico. Ginostémio com 6 – 8 (10) mm de comprimento.
Espécie de sítios soalheiros ou de meia-sombra, em solos predominantemente calcários.
Ocorre na Beira Litoral, Ribatejo, Estremadura e Algarve.
Imagens registadas em Fonte Coberta, Condeixa-a-Nova, Beira Litoral, em 28/04/09, 03/05/09, 23/04/08, 11/04/08, 23/04/08 e 29/05/09.