segunda-feira, 17 de março de 2008

ORCHIS OLBIENSIS VERSUS ORCHIS MASCULA

Junqueira, Ansião, Beira Litoral, 07/03/08.

A Orchis olbiensis Reuter ex Grenier é muito parecida com a O. mascula, no entanto é uma planta delgada, com floração bastante precoce e flores mais pálidas. Possui 2 tubérculos, com 13,3 - 36,8 mm de comprimento por 7,2 - 29,9 mm de largura, elipsóides a subglobosos, subsésseis. Caule com 10 - 25 (35) cm de altura, erecto, por vezes ligeiramente ondulado. Tem 3 - 6 folhas basais, com 5 - 12 cm de comprimento por 1,5 - 2,5 cm de largura, geralmente conduplicadas, oblongo-laceoladas, concolores ou com manchas violáceo-anegradas ou acastanhadas. 1 - 3 folhas caulinares, mais pequenas e invaginantes. Inflorescência frouxa, com frequência cilíndrica, 3 - 8 (12) cm de comprimento. 5 - 15 flores bastante pequenas, muitas vezes ligeiramente e agradavelmente perfumadas, rosadas, pálidas, brancas, púrpura-avermelhadas ou violáceas. Sépalas laterais de suberectas a erectas verticalmente, livres na base. Labelo trilobado, com 7,5 - 13 mm de comprimento por 9 - 17 mm de largura, de plano a muito convexo, frequentemente mais pálido que as sépalas, pétalas e esporão, com os bordos pouco coloridos, o centro muito pálido, densamente pintalgado com pontos e traços roxos, aveludado. Esporão ascendente, arqueado para cima, 13 - 19 mm de comprimento, 1 - 2 vezes mais comprido que o labelo.
Planta de sítios soalh
eiros a muito pouco ensombrados, descampados, em solos secos e rochosos, frequentemente calcários.
Ocorre na Beira Litoral, Estremadura e Algarve.
A segunda imagem foi registada em Junqueira, Ansião, Beira Litoral, a 17/03/08, a terceira em Fonte Coberta, Condeixa-a-Nova, Beira Litoral, a 21/02/08 e a quarta na Serra do Rabaçal, Soure, Beira Litoral, a 07/03/08.


A Orchis mascula (L.) L.
(satirião-macho) possui 2 tubérculos, com 13,3 - 36,8 mm de comprimento por 7,2 - 29,9 mm de largura, elipsóides a subglobosos, subsésseis. É uma planta robusta, caule liso, glabro, com escamas basais invaginantes, com 16 - 43 (60) cm de altura, erecto, de verde a castanho-arroxeado. Folhas basais 4 - 8, com 5 - 22 cm de comprimento por 1,5 - 3,5 cm de largura, em roseta ou suberectas, oblongo-laceoladas, não onduladas na margem, concolores ou com manchas violáceo-anegradas ou acastanhadas, as caulinares 2 - 4, mais pequenas e invaginantes, progressivamente mais curtas para o ápice. Inflorescência com (5) 8 - 20 (22) cm de comprimento, subcilíndrica, bastante densa, com (12) 15 - 50 flores, sésseis, que abrem da base ao ápice, frequentemente púrpura-avermelhadas ou violáceas, raramente rosadas ou brancas, inodoras ou um pouco odoríferas e, umas vezes, com odor agradável. Bráctea da flor basal com 8,1 - 24,3 mm de comprimento por 1,6 - 4,7 mm de largura, membranar, geralmente violeta, lanceolada, aguda, com 1 - 3 (5) nervuras, glabra, igualando mais ou menos o ovário da flor adjacente. Sépalas laterais ovais, 7 - 16 mm de comprimento, erectas verticalmente, unidas na base e ápices um pouco reflexos. Sépala dorsal suberecta e formando uma gálea com as pétalas. Labelo trilobado, com 8 - 16 mm de comprimento por 8 - 18 mm de largura, de ligeiramente convexo a bruscamente dobrado longitudinalmente, base branca ou amarelada, aveludada, com 2 cristas separadas, às vezes, por um débil sulco, centro pálido pintalgado com manchas púrpuras, bordos escuros e frequentemente reflexos. Lobos laterais arredondados para trás, crenulados, frequentemente curvados sob o labelo. Lobo médio mais largo e mais comprido que os laterais, emarginado, dividido em 2 lobos secundários crenulados ou não, às vezes separados por um pequeno dente. Esporão com 11 - 21 mm de comprimento, um pouco mais comprido que o labelo, subcilíndrico, delgado mas intumescido no ápice, patente ou um tanto levantado.
Espécie de sítios soalheiros a ensombrados, de solos secos a húmido
s, de ácidos a calcários: prados, clareiras de bosques e de matagais.
Ocorre no Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro, Beira Alta, Beira Litoral, Beira Baixa, Estremadura, Ribatejo, Alto Alentejo, Baixo Alentejo e Algarve.

As quinta e sexta imagens foram registadas em Vilarinho, Lousã, Beira Litoral, a 07/05/07 e a sétima em Carvalhal, Ansião, Beira Litoral, a 30/04/06.

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